Paralelamente a essa situação, a Fiat registrou um aumento nas vendas diretas, tanto para grandes empresas como locadoras, quanto para proprietários de pequenas empresas e MEIs.
E quais são os incentivos?
Para quatro das cinco principais montadoras do país, outro fator também contribuiu para o aumento dos investimentos e, consequentemente, da oferta de veículos da Fiat e da Stellantis: os incentivos para a fábrica no Nordeste.
As Políticas Automotivas de Desenvolvimento Nacional (PADR) foram criadas no final da década de 1990, com validade até 2010, com o objetivo de incentivar temporariamente o desenvolvimento da indústria automotiva no país. A ideia era promover o crescimento nas regiões menos desenvolvidas – Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Esses benefícios foram renovados duas vezes: até 2020 e, posteriormente, até 2025.
Tratam-se de créditos presumidos do IPI e PIS/Cofins, sendo a Stellantis a maior beneficiada, com sua fábrica em Pernambuco, e em menor proporção, a partir de 2020, a Caoa Chery e a HPE/Mitsubishi, ambas em Goiás. Essas medidas tornam os veículos fabricados nessas regiões mais competitivos devido aos menores custos de produção em comparação com os fabricados no Sul e Sudeste.
A prorrogação desses benefícios foi discutida durante a Reforma Tributária aprovada na Câmara dos Deputados. Na época, foi inserido às pressas no texto da PEC um dispositivo que estendia os benefícios fiscais para fabricantes de veículos no Norte, Nordeste e Centro-Oeste até dezembro de 2032. Os deputados rejeitaram a adição, mas em novembro será votada novamente pelo Senado Federal, dessa vez com o apoio do presidente Lula – que busca consolidar a instalação da BYD na Bahia – e com o lobby da Stellantis, principal beneficiada pelo programa.
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