A conexão polêmica entre o UFC em Abu Dhabi e os conflitos em Gaza: uma reflexão sobre Leonardo Sakamoto

Não faz muito tempo que o mundo do MMA, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, tem se tornado um terreno fértil para manifestação de posições políticas de extrema-direita. Alguns lutadores brasileiros, como José Aldo e Paulo Borrachinha, ganharam notoriedade como apoiadores declarados do ex-presidente Jair Bolsonaro, de acordo com o colunista Leonardo Sakamoto.

Segundo ele, tanto o presidente do UFC, Dana White, quanto Colby Convington, sempre fizeram questão de tornar público o apoio a Donald Trump.

De acordo com Sakamoto, essa aproximação entre o mundo do MMA e a extrema-direita não é algo ocasional. Ele explica que existe uma afinidade entre o conservadorismo dos costumes propagado pela extrema-direita e o masculinismo ostentório característico do meio do MMA.

O UFC 294, que ocorrerá em Abu Dhabi, promete ir além do octógono e trazer para a arena pública a batalha política entre Israel e Palestina. Isso se deve ao fato de que muitos lutadores do UFC são muçulmanos e têm manifestado apoio à causa palestina, que tradicionalmente é associada à esquerda e aos setores progressistas.

Segundo Sakamoto, caso os lutadores muçulmanos Islam Makhachev e Khamzat Chimaev saiam vencedores no UFC 294, poderemos presenciar uma luta inédita não apenas na arena física do Etihad Arena, mas também na arena política e midiática em torno do conflito entre Israel e Palestina.