O conflito entre o Hamas e Israel em 7 de outubro teve como objetivo incendiar a região e provocar uma resposta que impactasse a reputação global de Israel. Essa estratégia busca fazer dos habitantes de Gaza mártires de uma causa maior, com implicações para a economia mundial e as perspectivas de paz. O número de pessoas sofrendo de insegurança alimentar grave aumentou em mais de 200 milhões entre 2019 e 2021, e a guerra entre Rússia e Ucrânia provavelmente agravou essa situação. A expansão do conflito e suas implicações políticas podem desestabilizar os regimes da região, afetando o equilíbrio de poder regional e global.
Em relação à economia global, a região do Oriente Médio é a principal produtora de energia do mundo, com 48% das reservas globais e 33% da produção mundial de petróleo em 2022. Grandes interrupções nesse suprimento teriam um impacto poderoso nos preços de energia e nos níveis gerais de preços, especialmente em alimentos. Embora os preços do petróleo ainda não tenham sido dramaticamente afetados pelos ataques do Hamas e pela guerra em Gaza, pequenas, médias e grandes interrupções nos suprimentos podem reduzir o fornecimento mundial em até 2 a 8 milhões de barris por dia, elevando os preços do petróleo para até US$ 141-157. Se o Estreito de Ormuz, ponto de estrangulamento do fornecimento global de energia, fosse fechado, os resultados seriam ainda piores.
Embora a probabilidade seja que o conflito seja contido e seus efeitos econômicos permaneçam insignificantes, há a possibilidade de que se espalhe e se torne mais sério. A instabilidade civil na região pode levar os governos a considerarem embargos, prejudicando ainda mais a economia. É importante que os formuladores de políticas da região e de fora evitem erros passados devastadores e busquem um acordo político com os palestinos.
Agora, a questão é o que Israel vai fazer. Enquanto compreendemos a indignação em relação ao ataque brutal e a determinação em eliminar o Hamas, é necessário avaliar a viabilidade militar dessa ação e definir objetivos políticos claros. É fundamental desenvolver uma estratégia para chegar a um acordo com os palestinos e considerar se agir exatamente como o Hamas quer é uma decisão sábia.
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