A mulher imigrante enfrenta uma série de desafios ao se estabelecer em um novo país. Esses desafios podem variar dependendo do país de destino, porém alguns são comuns, como a barreira linguística, a adaptação cultural, a discriminação, o preconceito e a violência de gênero. Infelizmente, muitas mulheres imigrantes são vítimas de abusos físicos, emocionais, sexuais e financeiros, frequentemente cometidos por parceiros abusivos. Além disso, muitas delas enfrentam a triste realidade da exploração sexual, prostituição forçada e tráfico humano.
A violência de gênero, em suas várias formas, está entre os problemas mais comuns enfrentados pelas mulheres imigrantes. Isso inclui abusos físicos, emocionais, sexuais e financeiros, muitas vezes perpetrados por parceiros abusivos. Além disso, a exploração sexual, a prostituição forçada e o tráfico humano são trágicas realidades para muitas delas. Conversei com algumas brasileiras que preferiram manter o anonimato, mulheres que vivenciam situações de abuso agravadas pela vida vulnerável, com pouca ou nenhuma assistência à saúde e enfrentando uma instabilidade financeira intensa.
O estigma social e a culpa podem ser obstáculos adicionais na busca por ajuda, levando muitas vítimas a sofrerem em silêncio, sem poder contar com o apoio de suas famílias e comunidades. Muitas vítimas também têm medo de denunciar seus agressores devido à falta de informação sobre o verdadeiro papel das embaixadas e consulados brasileiros nos países estrangeiros, além do receio de serem denunciadas e deportadas por estarem em situação irregular.
Para combater essas violências, é fundamental aumentar a conscientização, a educação e a sensibilização. Além disso, é essencial criar ambientes seguros e inclusivos para todas as mulheres, independentemente de sua origem ou situação de imigração, a fim de erradicar esses abusos horrendos e proteger as vítimas, que merecem justiça e apoio. Durante um evento, o embaixador e cônsul João Alfredo dos Anjos Junior e a cônsul-adjunta Sarah Cruz Ferraz anunciaram a criação de um espaço dedicado às mulheres dentro da embaixada, onde serão promovidas ações de desenvolvimento econômico e geração de renda, além de oferecer assessoria jurídica e psicológica para as mulheres brasileiras.
O painel foi extremamente positivo, pois possibilitou a formação de um comitê com representantes de diferentes organizações que trabalham no país no acolhimento de vítimas de violência, representantes do governo brasileiro, líderes do grupo local Mulheres do Brasil e articuladores brasileiros que residem no país. A ideia é que esse comitê possa elaborar os próximos passos de um trabalho conjunto para garantir a segurança e a integridade das mulheres imigrantes, para que elas possam reconstruir suas vidas em um novo país, longe de qualquer forma de violência.