Sem controlar a própria mente
Felipe só havia divulgado publicamente sua condição de bipolaridade em um post no Instagram após a seletiva do Troféu Maria Lenk, que determinou a classificação para o Mundial e o Pan. Antes de receber o diagnóstico, ele vivenciou os piores momentos de sua vida.
“Descobri o motivo das minhas crises de ansiedade. Elas me faziam acreditar que estava ficando louco. Eu tinha medo de desenvolver esquizofrenia e pensava: ‘vou dar um filho esquizofrênico aos meus pais’. Fiquei em casa, trancado, de novembro a fevereiro, com pensamentos suicidas. Eu dizia à minha mãe: ‘já viu alguém com pensamentos suicidas sem estar deprimido? Eu não estava deprimido, mas não aguentava minha mente pensando sozinha.”
Como assim? “É difícil explicar, é como se fosse um sentimento. Não havia um pensamento específico. Não conseguir controlar meus sentimentos, oscilando para lá e para cá, era aterrorizante. Eu tinha crises de pânico. Eu dormia no quarto da minha irmã e mantinha a guitarra ao lado da cama, levava o videogame para lá também. Acordava, tocava guitarra por 30 segundos, deixava-a de lado, jogava videogame, voltava para a guitarra, depois para o videogame…”
“Eu me lembro de chorar constantemente e perguntar se eu nunca mais seria o mesmo, era desesperador. Minha mente pensava sozinha e eu não conseguia controlar nada que passava por ela”, compartilhou através do Instagram. A crise começou nos Estados Unidos, onde ele estudava na Universidade do Estado da Flórida. Felipe chegou a ser internado em um hospital lá antes de retornar ao Brasil e receber apoio de seus pais e irmã.
Depressão foi o primeiro sintoma
“Quando eu tinha 15 anos, fui diagnosticado com depressão. No entanto, quando você é jovem e é diagnosticado com depressão, isso é um alerta vermelho. Mais adiante, o jovem descobrirá que é bipolar. Tive isso aos 15 anos, tomava medicamentos para depressão, mas não funcionavam para o bipolar, porque eles aumentam o humor. O que eu precisava era de um estabilizador de humor”, ele explica.
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