O shih tzu Cacau teve parvovirose, correu risco de morte e está totalmente recuperado. O border collie Ozzy, junto com o vira-lata Chico, não apresentam problemas de saúde. Em comum, todos estiveram nesta quarta-feira (4) no santuário de São Francisco, no centro de São Paulo, para receber a tradicional bênção no dia do santo padroeiro dos animais.
Os donos aproveitam a data para pedir proteção para seus animais de estimação e também para cumprir promessas.
No final do ano passado, quando Cacau ficou doente, Aline Molica, de 40 anos, prometeu levar o cachorro para uma missa se ele se recuperasse. Totalmente curado e sem sequelas, o peludo de 1 ano e 3 meses foi ao santuário junto com o amigo Ozzy, de 3 anos.
O tutor do border collie, Pedro Ruiz, de 38 anos, afirma que levar o pet para ser abençoado no dia de São Francisco faz parte da tradição.
Claudemir Mariano, de 60 anos, conta que adotou Chico quando ele era filhote. Agora, com 9 anos, o vira-lata também recebeu a bênção nesta quarta-feira.
Segundo o frei Gabriel Dellandrea, geralmente os donos levam seus animais apenas para receber a bênção. “Mas também há pedidos diversos. Desde saúde até para que o pet possa dormir melhor”, conta.
Para o frei, é comum pessoas de todas as religiões simpatizarem com o santo. “São Francisco é uma personalidade que vai além dos limites da Igreja Católica”, afirma.
“São Francisco não gosta apenas de cachorros ou gatos, ele ama todas as criaturas”, diz ele, lembrando que o modo de vida de São Francisco buscava o diálogo e a fraternidade.
E além de gatos e cachorros, igrejas dedicadas ao santo recebem diferentes animais no dia 4 de outubro, quando também é celebrado o Dia Mundial dos Animais. No santuário, costumam passar tartarugas, aves e até mesmo uma alpaca.
Apesar de sempre receber animais de estimação, não há mascotes no local. “O próprio São Francisco pede aos frades que não tenham animais. Porque os animais nos prendem e nós, frades, precisamos ser transferidos regularmente. Então, precisamos dessa liberdade. Mas, dentro da perspectiva franciscana, é nosso dever cuidar de toda a criação”, afirma Dellandrea.
As missas no santuário começaram às 7h e continuaram até o início da noite. Os animais foram abençoados do lado externo, ao longo do dia, inclusive em um drive-thru. Também houve a tradicional venda de bolo, pães e artigos religiosos.
Na zona sul, a Paróquia São Francisco de Assis também realizou uma série de missas e bênção aos animais. A paróquia, localizada na Vila Clementino, ressaltou que os animais de estimação são bem-vindos, mas devem estar na guia, e os donos devem estar atentos ao barulho e às necessidades dos animais.
Dia de São Francisco e Dia dos Animais
O Dia Mundial dos Animais é comemorado em vários países no dia 4 de outubro. Foi estabelecido em 1931, durante um congresso internacional de proteção animal em Florença, na Itália.
A mesma data celebra o Dia de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais.
Essas datas servem para conscientizar sobre os cuidados e direitos dos animais.
Ao longo do ano, no entanto, outras datas homenageiam ou reforçam a importância dos cuidados com os animais de estimação. O Dia Nacional dos Animais é celebrado anualmente em 14 de março; em abril, há o Dia Mundial dos Animais de Rua e o Dia Internacional do Cão-Guia; o Dia do Vira-Lata é comemorado em 31 de julho. O Dia Mundial do Cachorro é lembrado em 26 de agosto. O dia 4 de outubro também é marcado como Dia do Cachorro e Dia da Doação Animal.
No dia 4 de outubro, igrejas dedicadas a São Francisco oferecem programações especiais, com missas e bênçãos, e grupos costumam promover ações de bem-estar animal e adoção.
São Francisco nasceu Giovanni di Pietro di Bernardone, em 1182, na Itália. Filho de um comerciante rico, teve uma juventude agitada, gostava de ir a festas com amigos, mas, após participar de uma guerra e adoecer, optou por uma vida religiosa de total pobreza.
Ficou mundialmente conhecido por seu amor pela natureza e pelos animais. Foi chamado de padroeiro dos animais porque eles iam até Francisco sem medo.
Como fundador da Ordem dos Franciscanos, ele morreu em 3 de outubro de 1226 e foi sepultado no dia seguinte, de acordo com a Igreja. Dois anos depois, foi canonizado.
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