Durante reuniões que tive na China sobre o sistema de pagamentos, foram entusiasmados os elogios ao rápido avanço do Brasil neste setor. Parte em função da pandemia e do pagamento do auxílio emergencial, milhões de brasileiros criaram suas contas bancárias digitais e ativaram o Pix em seus smartphones.
Outra diminuição no gap tecnológico é a implementação das redes 5G em todas as capitais e nas maiores cidades do Brasil. Em 2019, era evidente a desvantagem brasileira: a gente só via 5G pela televisão.
O uso de aplicações de reconhecimento facial para validar a identidade, uma singularidade chinesa há 4 anos, hoje é um lugar-comum no Brasil. Está disponível em condomínios de prédios, apps de bancos e até em lojas de varejo. Este último setor, aliás, modernizou-se durante e pós pandemia, em um verdadeiro ritmo “50 anos em cinco”. Sinal disso é que, antes da pandemia, o varejo nacional tinha apenas 5% de suas vendas concentradas em canais online. Agora, são 15%, segundo dados do e-commerce Brasil.
Evidente que todos estes avanços significam “apenas” que o Brasil absorveu novas soluções e foi capaz de implementá-las, com sucesso, na economia doméstica. O que não quer dizer que o Brasil tenha se sofisticado em sua cadeia de pesquisa e inovação. Por si só, isso é trágico para o futuro do país.
Afinal, ainda temos na exportação de commodities, um segmento primário e de baixo valor agregado, um pilar fundamental de nossa economia.
Fonte: UOL