Walter Porto: Martins Fontes inaugura selo Poente e volta a investir em ficção contemporânea

Martins Fontes lança selo Poente e aposta em narrativas contemporâneas com o autor Walter Porto

A editora WMF Martins Fontes está lançando o selo Poente, retomando seus investimentos na publicação de livros de ficção após décadas.

O novo braço da editora, sob a direção de Alexandre Martins Fontes, será comandado por Flávio Pinheiro, jornalista que atuou como curador das duas primeiras edições da Flip, em 2003 e 2004, e dirigiu o Instituto Moreira Salles de 2008 a 2020.

O selo terá uma produção modesta, com cerca de seis títulos por ano. Os dois primeiros lançamentos, já em novembro, serão “O Coração do Dano”, da autora argentina María Negroni, e “Fim de Poema”, do autor espanhol Juan Tallón. Para 2024, está previsto o lançamento do livro “Em Memória da Memória”, da escritora russa Maria Stepanova.

Pinheiro afirma que o foco da editora será em autores vivos e estrangeiros, buscando obras que ainda não foram publicadas por aqui. Segundo o editor, o mercado literário está em alta, mas sempre há lacunas a serem preenchidas. “Minha perspectiva é defeituosa, porque sou um leitor”, brinca ele.

A obra de Negroni é uma carta à sua mãe narcisista, mesclando ensaio e autobiografia. Já o livro de Tallón aborda as últimas horas de quatro grandes poetas que cometeram suicídio: a americana Anne Sexton, a argentina Alejandra Pizarnik, o italiano Cesare Pavese e o espanhol Gabriel Ferrater. Pinheiro destaca que o livro não é mórbido, mas traz anedotas saborosas sobre suas vidas e literaturas.

Ao explicar a escolha do nome para o selo, Pinheiro ressalta a ideia de um tempo que se esvai, mas logo é corrigido. “No fundo, todo poente é uma promessa de amanhecer”, diz ele.

VOZ DO POVO DO PAÍS Os jornalistas Marina Lourenço e Tayguara Ribeiro estão escrevendo para a Todavia um livro que nasceu do projeto Quilombos do Brasil, série realizada pela Folha em parceria com a Fundação Ford. A ideia é contar a história dos quilombolas do país partindo de comunidades visitadas pelos repórteres, incluindo suas impressões pessoais e bastidores da cobertura. Deve sair no final de 2024.

EU FICO COM A PUREZA A Ubu e a Imago estão trazendo de volta os ensaios reunidos da psicanalista austríaca Melanie Klein, fora de catálogo há uma década. A autora, precursora da psicanálise infantil, estabeleceu parâmetros para o tratamento da psique infantil e foi uma referência para intelectuais como Donald Winnicott. Seus textos serão lançados em dois volumes, abrangendo os períodos de 1921 a 1945 e 1946 a 1963, ambos ainda este mês.

CANÇÃO DO EXÍLIO A Quelônio está lançando um livro inédito de poemas de Heloisa Jahn, editora e tradutora multifacetada que faleceu em junho do ano passado e deixou esse original guardado na gaveta.

“Palindroma”, estimado como finalizado em 1972, é uma obra encadeada com ilustrações do artista plástico Carlos de Moraes, seu amigo da época em que ambos moravam em Paris. Eles criaram juntos esse livro-objeto de 48 páginas que só agora vem a público.

MADALENAS O jornalista Fillipe Mauro publicará na França, pela editora Classiques Garnier, um livro que detalha a influência de Marcel Proust em três autores brasileiros na década de 1970: Pedro Nava, Cyro dos Anjos e Jorge Andrade. O livro, cujo título se traduz por “Três Leituras Brasileiras de Proust”, é resultado de uma pesquisa realizada em conjunto pela Universidade de São Paulo, a Sorbonne e a Escola Normal Superior de Paris.


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