De acordo com a Opas, a taxa de mortalidade atual no Brasil é de 188 por 100 mil habitantes, a mais alta dos últimos vinte anos e superior à taxa dos Estados Unidos, que é de 128 por 100 mil.
Os homens apresentam uma taxa um pouco mais alta de mortes por doenças circulatórias, representando 52,4%, em comparação com as mulheres, que representam 47,6%. Além disso, a maioria dessas mortes ocorre em pessoas com mais de 64 anos, totalizando 72,4%. Mais da metade dos óbitos ocorrem em pessoas brancas (51,2%), enquanto 45,9% ocorrem em pessoas negras e pardas.
Um dado preocupante é a relação entre a escolaridade e as mortes por doenças do aparelho circulatório. De acordo com os dados, 64% das mortes ocorreram em pessoas com menos de sete anos de estudo, o que indica maior vulnerabilidade para pessoas menos escolarizadas.
Esses números refletem uma tendência conhecida como epidemia de doenças não transmissíveis ou doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, diabetes e câncer, conforme apontado por especialistas em saúde pública.
O aumento da longevidade da população, combinado com hábitos de vida prejudiciais, como sedentarismo e má alimentação, tem impactado significativamente a saúde das pessoas em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 74% das mortes são causadas por essas doenças, sendo que 86% ocorrem em países de baixa e média renda.
Evelyn Santos, gerente de articulação e novos projetos da Umane, explica que a OMS estima que 7 milhões de mortes poderiam ser evitadas até 2030 se os países de baixa e média renda, incluindo o Brasil, investissem um dólar a mais por pessoa por ano na prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes.