O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial realizam sua reunião anual a partir de segunda-feira (9), com ministros de finanças e presidentes de bancos centrais. O governo brasileiro, por sua vez, enviou uma “mensagem urgente” enfatizando que “os credores do Ocidente têm que dar voz às nações em desenvolvimento se quiserem continuar relevantes”, de acordo com a Bloomberg.
Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais da Fazenda, destacou em entrevista que “o preço da inação está crescendo” para o fundo após uma década sem redistribuir as cotas de participação. Ela ressaltou que “o mundo em desenvolvimento não ficou parado enquanto as reformas estagnaram. A criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) pelo Brics e do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) mostra que os emergentes estão procurando formas de financiar seu próprio desenvolvimento”.
A Bloomberg afirma que “é improvável qualquer mudança” devido à oposição dos Estados Unidos. Segundo a Reuters, os EUA se opõem a tais mudanças porque querem que a China aceite descontos para o pagamento de empréstimos tomados por outros países. No entanto, Pequim só aceita essa condição se os credores privados e o Banco Mundial também aceitarem.
A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, viajou à China em setembro para negociar com as principais autoridades financeiras de Pequim, mas aparentemente sem sucesso. Durante sua visita, ela se encontrou com Dilma Rousseff, presidente do Banco do Brics, e ofereceu “cooperação para dar suporte ao crescimento nos países” abrangidos pelas duas instituições.
TAMBÉM ÁRABES, INDIANOS
Nas últimas semanas, o ministro dos Transportes do Brasil realizou um “road show” pela Europa em busca de investimentos para ferrovias. Em seguida, ele visitou os Emirados Árabes, a Índia e a China, de acordo com a Reuters. Além disso, uma delegação da Arábia Saudita visitou o Brasil para tratar de assuntos relacionados à aviação, conforme o site The Cradle.
O secretário do Comércio da Índia também esteve no Brasil, acompanhado de uma delegação de 20 empresários, após o fluxo comercial entre os dois países ter dobrado em dois anos, de acordo com o jornal indiano Mint. Ele propôs a integração de fábricas brasileiras à “cadeia de produção com a Índia”.
Segundo o Firstpost, em busca de “novas oportunidades” comerciais, ele participou de uma reunião junto com a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres.
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e informe que a fonte deste artigo é https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nelsondesa/2023/10/brasil-cobra-espaco-no-fmi-e-ameaca-com-brics-via-bloomberg.shtml