Opinião - Outubro Rosa para todas, da prevenção ao diagnóstico precoce e tratamento

Opinião: Enfoque abrangente do Outubro Rosa: da prevenção ao diagnóstico precoce e tratamento

Os tumores de mama representaram 25% dos casos de câncer diagnosticados em mulheres em 2020 em todo o mundo, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Aproximadamente 2,26 milhões de mulheres receberam o diagnóstico dessa doença nesse período.

A IARC, afiliada à Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca que o câncer de mama feminino é agora a neoplasia mais comumente diagnosticada globalmente. Em 2020, 685 mil mulheres morreram devido a essa doença.

Esses números alarmantes também são observados em menor escala no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima cerca de 74 mil novos casos de câncer de mama até 2023. Os óbitos causados por tumores de mama ultrapassaram 18 mil em 2020, colocando o câncer de mama como a principal causa de morte por câncer entre as mulheres no país.

A partir dessas informações, fica claro que devemos ir além da conscientização, prevenção e estímulo ao diagnóstico precoce da doença. Devemos discutir maneiras eficazes de melhorar e garantir o acesso ao melhor tratamento para todas as mulheres, em todas as fases da doença.

Essa é a proposta da campanha Outubro Rosa para Todas, promovida pelo Instituto Vencer o Câncer este ano, com o objetivo de defender direitos e cuidados igualitários para todas as mulheres.

É importante ressaltar que é possível ter qualidade de vida mesmo com câncer avançado. No entanto, pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) têm opções limitadas. Apesar de terem o direito de receber medicamentos aprovados para distribuição na saúde pública, muitas mulheres ficam sem tratamento devido à falta efetiva desses medicamentos.

A política de prevenção e tratamento do câncer deve ser uma prioridade dos governos, para que as pessoas diagnosticadas tenham acesso a tratamentos adequados e rápidos, incluindo medicamentos inovadores, cirurgia, radioterapia, métodos diagnósticos avançados e testes genéticos.

Essa atenção especial à saúde pública é essencial, considerando que aproximadamente 75% da população brasileira é atendida pelo SUS. Vale ressaltar que, em média, 39,6% dos casos são diagnosticados em estágio avançado no serviço público.

Por outro lado, a análise de mais de 130 mil pacientes brasileiras mostrou que aquelas que se tratam pelo SUS têm 40% mais risco de morrer de câncer de mama em comparação com as pacientes que possuem convênio médico. Esses dados foram apresentados no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em junho, e reforçaram a necessidade de maior atenção aos cuidados com o câncer na saúde pública, especialmente nos casos mais graves.

Portanto, é necessário promover o Outubro Rosa para todas, abrangendo a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer para todas as mulheres, bem como garantir que seus direitos sejam respeitados e que tenham acesso a tratamentos que proporcionem qualidade de vida, mesmo com a doença.

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/opiniao/2023/10/17/outubro-rosa-para-todas-da-prevencao-ao-diagnostico-precoce-e-tratamento.htm


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