Ana Canosa: Se organizar direitinho, todo mundo transa no prédio sem incomodar vizinhos

Práticas de convivência harmoniosa: Como desfrutar de intimidade no prédio sem incomodar os vizinhos

A síndica aborda de forma bem-humorada a questão delicada. Ela ressalta que o problema está na falta de isolamento acústico e sugere que as construtoras incluam esse cuidado para garantir o lazer dos adultos.

Apesar de a introdução graciosa “relembrar é viver” parecer relacionada à lembrança melancólica dos tempos em que ela mesma fazia sexo e gemia alto sem preocupações, talvez seja também uma indireta para seu parceiro: lembra quando costumávamos fazer isso?

A inveja do prazer alheio é compreensível; o problema surge quando se transforma em um ódio intenso, fazendo com que aqueles que estão sofrendo emocionalmente guardem o desejo dentro de si, talvez junto com as memórias fotográficas do passado. Enquanto para alguns os sons do sexo do vizinho podem ser inspiradores, para outros é um lembrete doloroso de uma falta que é preenchida com ressentimento.

Lamento que algumas pessoas não consigam enxergar a vida pulsando, seja nos gritos das crianças brincando ou na algazarra adolescente ao lado da piscina. É claro que tudo tem um limite, e existe uma lei sobre os níveis de decibéis permitidos. Se os gemidos não estiverem ultrapassando esse limite, cada um pode usar fones de ouvido. Se não for uma grande orgia, dura cerca de 20 minutos.

Também precisamos refletir sobre nossos deveres e direitos. Às vezes, adolescentes e até crianças xingam durante um jogo de futebol. Mas se a mesma frase for dita após as 22h, vira caso de polícia. Se as crianças brincam e fazem barulho no parquinho enquanto os pais estão em uma reunião online, o inverso também deveria ser possível, certo? Claro, não devemos mostrar sexo explícito para as crianças, mas também não vejo problema em dizer que os vizinhos estão namorando, se divertindo, fazendo brincadeiras de adultos.

Com todas as questões devidamente consideradas, idealizo uma sociedade civilizada onde os vizinhos possam se organizar em um rodízio para cuidar das crianças enquanto os pais desfrutam de um momento a sós. Começando pelos fins de semana, com uma agenda na portaria para todos se programarem, levando em conta o isolamento acústico pela distância do parquinho, para que os adultos possam gritar sem culpa. As crianças brincam, os pais desfrutam e isso gera uma felicidade geral no condomínio. E que todos possam saudar seus vizinhos com alegria nas manhãs de segunda-feira!

Fonte: https://www.uol.com.br/universa/colunas/ana-canosa/2023/10/21/se-organizar-direitinho-todo-mundo-pode-transar-sem-incomodar-o-vizinho.htm


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