- A análise do contexto social em que estamos vivendo;
- A atenção ao modo de funcionamento da escola
- A escuta e valorização das diferenças.
Falarei brevemente sobre cada um desses pontos a seguir.
Em primeiro lugar, nenhuma análise sobre o que se passa no interior da escola pode se dar sem o entendimento do que o contexto social atual tem produzido. Nesse sentido, estamos vivendo tempos difíceis, em que a violência urbana, as desigualdades sociais e o adoecimento psíquico da população têm se acirrado.
O aumento dos casos de ansiedade e depressão nos últimos anos é prova de que o modo de funcionamento e gestão da sociedade não caminha bem e crianças e adolescentes também têm sido afetadas
Correlatos à questão supracitada estão os efeitos que as redes sociais produzem, em especial, a hipercomparação com o outro e a sensação de sempre estar em falta em relação a algo ou alguém, devido aos ideais de beleza, estilo de vida e sucesso que são projetados pelas redes, em especial pelo Instagram e TikTok, o que faz com que muitos adolescentes se sintam aquém desses ideais e entrem em quadros de baixa autoestima, além de acabar por intensificar a prática de bullying sobre aqueles que estão mais distantes do que está posto como ideal.
O segundo elemento dos três que mencionei acima diz respeito a perceber o que no próprio modo de funcionamento da escola pode estar contribuindo para que a escola porventura não seja um espaço acolhedor e um espaço que limite a possibilidade de episódios de bullying ocorrerem.
Dizer isso não tem a ver com culpabilizar a escola, mas um convite a repensar e a implementar práticas pedagógicas que propiciem uma reflexão ampla sobre o tema e que envolvam os alunos no debate, o que está diretamente relacionado com o terceiro e último elemento citado, que é a escuta e a valorização das diferenças.