A World Skate, federação internacional de skate e patins, decidiu adotar as diretrizes sugeridas pelo COI em 2015. Essas diretrizes exigem um ano de tratamento e controle de testosterona, estabelecendo um limite máximo de 5nmol/L. Seguindo essas regras, a patinadora Maria Joaquina se tornou campeã mundial júnior de patinação inline no último dia 24.
No mesmo dia, Lu comemorou seu 29º aniversário e participou do STU de São Paulo com uma aparência mais feminina, com cabelo mais comprido, maquiagem, roupa justa, decote e saia. Antes do torneio, ela havia solicitado pela primeira vez à organização para ser tratada como mulher, pedindo que se referissem a ela no gênero feminino na transmissão e usando o nome “Lu Neto”, que ela já utiliza em todas as suas redes sociais.
Seu objetivo não era competir na categoria feminina, mas continuar competindo na categoria masculina até que sua identidade feminina fosse reconhecida, já que ela pretende realizar procedimentos estéticos para se tornar mais feminina. No entanto, seu pedido para ser tratada como mulher fez com que a CBSk discutisse o assunto e decidisse adotar os mesmos critérios do COI e da World Skate para os torneios nacionais.
Quando a confederação procurou Lu para informá-la sobre a novidade, uma semana atrás, ela informou que havia mudado de ideia depois de perceber o impacto do tratamento em seu desempenho. Se o período de transição é de um ano e ela começou o tratamento há seis meses, então em abril do próximo ano Lu estará competindo na categoria feminina.
Vai haver vantagem?
Um risco para Rayssa, Pâmela e Gabi Mazetto? Lu diz que não. “Estava vendo a linha do último evento feminino, e eu não ganharia da Rayssa. Não pegaria nem um pódio. Tem manobra que ela faz que eu não consigo. Eu nunca fui o menino que sabia todas as manobras. Eu ganhava porque sabia jogar muito bem, estratégia e tal.”
Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/olhar-olimpico/2023/10/04/primeira-mulher-trans-do-skate-explica-por-que-decidiu-competir-no-feminino.htm